Acidentes nucleares

 

Escala Internacional de Acidentes Nucleares

Escala Internacional de Acidentes Nucleares e radiológicos (INES – International Nuclear Event Scale) foi introduzida pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) no ano de 1990. Nela é estabelecida uma escala de gravidade de incidentes e acidentes nucleares: fontes afirmam que essa escala não é utilizada como um padrão internacional de avaliação, mas apenas para facilitar a compreensão da população leiga e da mídia.

Ao todo são 7 níveis, sendo os 3 primeiros de incidentes e os 4 subsequentes acidentes. Muitas vezes considera-se, também, um nível 0, onde nenhuma mudança na segurança é proporcionada, bem como consequências à população local.

Interpretando a escala:

  • Nível 1 – Anomalia: Incidentes que não afetam a população ou o meio ambiente, além de quase sempre não comprometerem, ou comprometer em pequena escala, os mecanismos de segurança das instalações nucleares.
  • Nível 2 – Incidente: Casos onde trabalhadores se expõem além do limite legal anual, população acima de 10 milisieverts, ou radiação acima de 50 milisieverts por hora em área operacional. Alguns acontecimentos desse nível foram noticiados nas usinas de Atucha, na Argentina, e Cadarache, na França.
  • Nível 3 – Incidente grave: Exposição 10 vezes acima do limite anual pré-fixado para trabalhadores com consequências não-letais (queimaduras, por exemplo). E, agravamento de poluição em área não coberta. Em Yanango, no Peru, um soldador ficou diretamente exposto ao colocar uma amostra de irídio no bolso.
  • Nível 4 – Acidente com consequências locais: Liberação em pequena quantidade de materiais radioativos ao ambiente com pelo menos 1 morte ou em grande quantidade dentro de uma instalação. Há, também, fusão de combustível nuclear. Em Saint Laurent, na França, a proteção do combustível de um dos reatores foi danificada, representando, assim, um acidente deste nível.
  • Nível 5 – Acidentes com consequências de longo alcance: Liberação de quantidade limitada de materiais radioativos com várias mortes ou grande quantidade dentro de uma instalação. Nesses acidentes, há danos ao núcleo do reator, alta probabilidade de exposição à população. Geralmente são causados por incêndios ou acidentes graves. No Brasil, o acidente com o Césio-137, onde 4 pessoas morreram após contaminação em 1987, é classificado como nível 5.
  • Nível 6 – Acidente Grave: Liberação em quantidade importante de materiais radioativos para o ambiente externo, passível de exigir aplicação de medidas remediadoras. O acidente de Fukushima I, no Japão, em março de 2011, é classificado pela Autoridade Francesa de Segurança Nuclear (ASN) como de tal nível; embora as autoridades japonesas afirmem que esse acidente seja de nível 4.
  • Nível 7 – Acidente mais grave ou superior: Liberação extensa de material radioativo com efeitos amplos sobre a saúde da população e do meio ambiente, com exigência de ações remediadoras planejadas pelas autoridades. Sendo reconhecido apenas o acidente de Chernobyl, na Ucrânia, como um exemplo de acidente de nível 7: afirma-se que a radioatividade média das proximidades do local de explosão do reator era 400 vezes maior que a gerada pela bomba de Hiroshima.

 

Fonte:

https://www.infoescola.com/radioatividade/escala-internacional-de-acidentes-nucleares/

 

 

 

- Acidente do Césio-137

    No dia 13 de setembro de 1987, na cidade de Goiânia, em Goiás, dois catadores de lixo encontraram uma máquina em um instituto de radioterapia que por hora encontrava-se abandonado. Neste aparelho estava acoplada uma cápsula que continha elemento radioativo (cloreto de césio-137) e que fora levado por estes dois catadores a fim de vender a maquina que era composta de metal e lhes renderiam dinheiro na venda em um ferro velho.

    Quando barganhado no ferro velho e depois de aberto pelo dono, o mesmo encontrou um pó branco, parecido ao sal de cozinha, que quando no escuro, brilhava numa cor azulada. Maravilhado com este fenômeno que o mesmo denominou como “sobrenatural”, levou o pó para casa e chamou os conhecidos para que pudessem ver o elemento que havia encontrado e que não se assemelhava em nada com o que conheciam.

    Algumas horas depois, muitas das pessoas que foram expostas a esta radiação apresentaram sintomas como vômito, diarréia e tonturas. Sem saber por que estavam passando mal, foram ao hospital onde os médicos diagnosticavam como uma virose e receitavam remédios para a mesma. Porém a esposa do dono do ferro velho, ao ver sua filha muito doente resolveu colher uma amostra do pó que seu marido encontrara na máquina e levou à vigilância sanitária da cidade.

    Com isso e após muitas pesquisas, foi diagnosticado que se tratava de um problema nuclear e que as pessoas que foram contaminadas necessitavam urgentemente serem tratadas. As primeiras medidas foram isolar as pessoas e seus pertences e fornecer a população, uma substancia que supostamente eliminaria a radiação no organismo, processo o qual se daria através da urina e fezes. Quanto aos objetos e roupas, todos foram altamente lavados para que retirassem boa parte da radiação.

Algum tempo depois algumas pessoas vieram a óbito, devido a não ter suportado a radiação liberada pelo material. Todas as roupas, objetos e pertences dos moradores infectados foram isolados em barris e containeres que poderão ser abertos somente daqui a 180 anos, devido ao receio de contaminação. Após o incidente cerca de 600 pessoas morreram, e até hoje, boa parte da população ainda necessita de tratamento para manter-se estável. As pessoas que foram contaminadas reclamam da ausência do governo e do ministério público, que não fornece suporte, remédio e tratamentos para os infectados, porém em contraponto o governo afirma subsidiar a medicação necessária, porem alega que toda a doença que as pessoas adquirem posteriormente, está interligada ao acidente do Césio-137.

 

 

Fonte:

https://www.infoescola.com/quimica/acidente-do-cesio-137/

 

 

- Acidente Radioativo no Japão em 1999

    Dia 30 de Setembro de 1999 os jornais, televisões e sites de notícias comunicavam ao mundo o vazamento radioativo acontecido no Japão, que, apesar de ter sido naturalmente controlado, deixou 55 pessoas contaminadas por radiação, sendo 3 em estado grave. Dentre estas pessoas, 45 eram funcionários da usina de reprocessamento de urânio, 3 bombeiros e 7 empregados do campo de golfe que ficava perto da usina nuclear, em Tokaimura, a 140km de Tókio.

    A princípio as pessoas que moravam em um raio de 10km da usina foram orientadas a não sairem de casa, mas como a reação nuclear parou em pouco tempo, o governo suspendeu a recomendação dentro de dois dias.

Segundo informações do então prefeito de Ibaraki, onde ficava localizada Tokaimura, a reação nuclear parou algumas horas depois, mesmo sendo do conhecimento dos especialistas quer ela só seria interrompida com o fim do material radioativo.

    O Acidente foi o mais grave ocorrido, desde a explosão de um reator em Chernobyl (Ucrânia), em 1986. Também ficou conhecido como o mais grave acidente da história do Japão até então.

    A causa conhecida do acidente foi o excesso de urânio no reprocessamento: a quantidade máxima seria de 2,3kg, mas os técnicos haviam utilizado 16kg.

    Para entendermos melhor, precisamos saber que o reprocessamento de urânio serve para recuperar parte do combustível nuclear usado na geração de eletricidade nas usinas. Apesar de este tipo de acidente ter tido diversas ocorrências nos anos 50, para uma nação desenvolvida e moderna, foi sinal de grande irresponsabilidade, “uma vergonha”, segundo o  chefe do gabinete do governo na época. Já o diretor da agência que controlava a usina, admitiu que o acidente havia ocorrido por falha humana.

    O quadro de reações mais fortes noticiado na época foi o de três técnicos da usina, que sofreram febre, diarréia, náuseas, baixa resistência, queimaduras e sério risco de morte. A radiação afetou principalmente aparelho digestivo, pele e medula óssea, que produz células do sangue. Os danos à medula podem causar problemas como anemia, baixa resistência imunológica e hemorragias.

    O Japão já havia vivido outros acidentes nucleares: um no mesmo ano de 1999, um em 1998, três em 1997 e um em 1995.

 

Fonte:

https://www.infoescola.com/radioatividade/acidente-radioativo-no-japao-em-1999/

 

 

- Usina de Fukushima (Japão)

    Desde o dia 11, em virtude do terremoto e do tsunami ocorrido na região, a usina de Fukushima teve várias explosões gerando panes e desequilíbrios em seus reatores. As explosões elevaram o nível de radiação no ar que atingiu oito níveis a mais em comparação às condições normais ao redor do reator nuclear.

    O governo japonês deslocou centenas de pessoas que moravam num raio de 30 km na região onde estão instaladas as usinas. A situação também foi acompanhada pela Unscear (Comitê Científico da ONU sobre os Efeitos da Radiação Atômica).

    No dia 13 de março, a radiação liberada pela usina de Fukushima já havia superado o limite legal de radiação, alcançando um nível de radiação de 882 microsievert, sendo que o limite é de 500 microsievert. No dia 14 de março, a usina de Fukushima sofreu uma nova explosão, totalizando três explosões em menos de uma semana.

    Segundo a Tepco (Tokyo Electric Power Co), as duas primeiras explosões ocorreram por causa do acúmulo de hidrogênio, enquanto que a terceira ocorreu na área da piscina de supressão de contenção do reator. Segundo a comunidade científica internacional, a situação não foi tão grave em comparação ao acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, ocorrido em 1986.

    Nos primeiros dias, o acidente nuclear japonês feriu militares e 15 funcionários. O grande problema ocorreu na usina nuclear de Fukushima 1, por causa do terremoto, o sistema de refrigeração da usina nuclear ficou vulnerável. Atendendo a um pedido do governo japonês, o EUA colaboraram no processo de controle das usinas nucleares.

    No dia 15 de março, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica da ONU) afirmou que a radiação na capital Tóquio estava acima do normal, mas não afetaria a saúde das pessoas, porém, o governo aconselhou que as pessoas permanecessem em suas casas, até a radiação diminuir no decorrer das horas seguintes. O governo japonês também estabeleceu uma zona de exclusão aérea nas regiões monitoradas.

Segundo a agência, o ser humano cotidianamente está exposto a uma radiação média de 2,4 milisieverts. As pessoas que vivem nos arredores de uma usina recebem 1 milisievert a mais durante o ano.

 

Fonte:

https://www.infoescola.com/japao/acidentes-nucleares-no-japao/

 

 

- Chernobyl

     No dia 26 de abril de 1986, um dos reatores da Usina explodiu liberando uma enorme cortina de fumaça com elementos radioativos que rapidamente se espalharam por uma boa parte da Europa e da União Soviética. No acidente da Chernobyl, não foi diferente, as hastes foram utilizadas a fim de controlarem o efeito das reações, porem se comportaram de forma contraria ao esperado e ao invés de inibir as reações, contribuiu para que as mesmas ocorressem de forma incontrolável.

    Outro grave problema foi a falha humana que ocorreu durante a manutenção do reator em uma de suas inspeções, pois não foram seguidas as normas de segurança adequadas para trabalhar com o reator em baixa produção. Logo o efeito não pôde ser controlado pelo painel de controle tampouco manualmente como deveria ocorrer em caso de urgência.

    Ocorrido o acidente, o vento encarregou-se de espalhar as nuvens com os elementos radioativos por boa parte dos países vizinhos, e por onde passou afetou a vida dos seres que ali viviam.

    O governo Soviético tentou manter o acidente em sigilo, sem que houvesse evacuação das pessoas nas cidades mais próximas. Porem, habitantes de uma cidade a cerca de três quilômetros, foram totalmente infectados e só foram retirados da cidade depois de terem passado horas expostos a radiação. Dessa forma, semelhante à reação em cadeia de um reator, outros países detectaram um alto nível de radiação no ambiente, e a partir daí resolveram ajudar a inibir os efeitos que o acidente poderia vir a causar. Muitos países foram infectados com a radiação, entre eles podemos citar a Dinamarca, Suécia, França e Itália.

    Assim, Chernobyl ficou conhecido como o maior acidente envolvendo Usinas Nucleares e segundo a ONU, cerca de quatro mil pessoas morreram, porem esse número é discutível, visto que outras entidades chegam a avaliar cerca de cem mil mortos no acidente.

 

Fonte:

https://www.infoescola.com/fisica/acidente-da-usina-nuclear-de-chernobyl/

 

 

 

- Bombas Atômicas de Hiroshima e Nagazaki

    Em 6 de agosto de 1945, a primeira bomba atômica feita pelo homem e usada contra a própria humanidade explodiu na cidade japonesa de Hiroshima. Em 9 de agosto de 1945, foi a vez de outra cidade: Nagasaki - a maior comunidade cristã do Japão. Estima-se que 70 mil pessoas morreram na hora ou poucas horas depois das explosões. Outras 130 mil morreram nos 5 anos subseqüentes, em função de ferimentos e doenças causadas pela exposição à radiação. Assim, calcula-se que 200 mil pessoas teriam sido o custo pago pela passagem da humanidade para a Era Nuclear, mas estas são cifras mínimas estimadas. A verdade é que nunca se saberá ao certo quantas centenas de milhares de vidas foram tomadas ou afetadas para sempre com apenas duas explosões.

    No início da manhã de 6 de agosto, um B-29 que recebera o nome de Enola Gay decolou da ilha de Tinian com uma escolta de dois aviões e voou 2400 quilômetros até Hiroshima, uma cidade com 280 mil habitantes e algumas fábricas de material bélico. O avião aproximou-se a uma altitude de 9450 metros, lançou sua única bomba e afastou-se imediatamente da cidade em uma manobra violenta. Quarenta e três segundos depois, às 8:16:02 horas, hora de Hiroshima, a bomba explodiu, 580 metros acima do pátio de um hospital. A energia liberada equivalia a 20 mil toneladas de TNT. OEnola Gay, que então já se afastara mais de 18 quilômetros do local, foi chacoalhado como uma rolha, quando as ondas de choque o atingiram.

    O que aconteceu abaixo da explosão foi a devastação total. Um patologista americano pertencente a uma equipe de investigação após a guerra fez o seguinte relato: "Junto com o clarão de luz houve uma instantânea onda de calor (...) sua duração foi provavelmente inferior a um décimo de segundo, mas sua intensidade foi suficiente para que os objetos inflamáveis mais próximos (...) ficassem em chamas, os postes fossem lançados a 4 mil jardas (3658 metros), o granito se enrugasse, a uma distância de 1300 jardas (1189 metros) de distância".

    A bomba lançada em Hiroshima foi apelidada de Little Boy. Media pouco menos de 3 metros de comprimento, pesava 4 toneladas e foi armada com uma carga de urânio 235. Para impedir uma explosão prematura, ela tinha três detonadores separados. O último detonador foi acionado por radar, quando a bomba estivesse cerca de 580 metros de altitude, altura esta que segundo cálculos provocaria danos máximos à cidade. A bomba lançada em Nagasaki era um pouco diferente da de Hiroshima. Chamada de Fat Man, ela era mais arredondada e um pouco maior que a Little Boy. Media 3 metros e 20 centímetros de comprimento, tinha um diâmetro de um metro e meio, pesava 4 toneladas e meia e tinha uma carga de plutônio 239. A potência da bomba de Hiroshima foi de 13 quilotons (o equivalente a 13 mil toneladas de TNT). Ela destruiu literalmente tudo que havia num raio de dois quilômetros da explosão (a título de comparação, supondo que uma dessas bombas explodisse na cidade de São Paulo sobre a Catedral da Sé, no centro da cidade, a área de destruição total abrangeria os bairros da Liberdade, Cambuci, Brás, Bom Retiro, Bela Vista, República e a região próxima à Universidade Mackenzie). A taxa de sobrevivência no raio de um quilômetro do epicentro da explosão foram de menos de um habitante a cada grupo de mil. Robert Lewis, co-piloto do Enola Gay, referindo-se à explosão, escreveu em seu diário: "Meu Deus, o que foi que nós fizemos?"

Fonte:

https://www.culturajaponesa.com.br/htm/bombaatomica.html